1 - Lago Victoria

Vamos falar um pouco deste que é o maior lago do continente africano, explicar um pouco sua geografia, localização e a fauna.
Muito comumente chamado de Victoria Nyanza em sua língua natal, se encontra num planalto elevado a 1133 m de altitude, do Grande Vale do Rift formados há 4 milhões de anos. Ele está situado em uma grande depressão causada por movimentos tectônicos, dividido em alguns países, sendo eles: Tanzânia, Uganda e Quênia.
Sua área tem 68.870 km² sendo 320 km de comprimento de norte a sul e 250 km de largura de leste para oeste. O lago tem as bordas recortadas, formando muitas penínsulas, baías, cabos e ilhas, ocupando a colocação de maior lago do continente africano, o segundo maior lago de água doce do mundo e o maior lago tropical deste nosso planeta em termos de área. Um pouco raso possuindo 40 m de profundidade em média e 83 m no máximo, contendo um volume de 2790 km³ de água.
O lago Victoria é tão grande que possui mais de 3000 ilhas no seu interior sendo que a grande maioria desabitadas. Uma delas, chamada de ilha Ukerewe pertencente a Tanzânia, historicamente conhecida pela sua grande população de africanos albinos que foram ali abandonados logo na sua infância por sua família.

Clima

O lago Vitória está sujeito a um clima tropical com temperaturas que variam de 16°C a 27°C. Entre maio e julho, os ventos do sul causam o deslocamento da massa de água para o norte. A chuva é distribuída ao longo do ano, mas dois períodos mais úmidos se destacam: em abril e setembro-outubro.
A bacia hidrográfica inclui inúmeros cursos d'água, dentre os quais o mais importante é o rio Kagera da Tanzânia. Outros afluentes têm sua nascente no Burundi, Ruanda e Quênia. O Nilo Branco é o único emissário do lago Vitória. Ele desce em direção ao norte para abastecer o lago Kyoga, o lago Albert e, enfim, o rio Nilo. O trecho do Nilo Branco, entre o lago Vitória e o lago Kyoga é também chamado de Nilo Vitória, e surgiu entre 12 000 a.C. e 14 000 a.C.


                                                      O lago Vitória e os países limítrofes
Até a década de 1960, o lago era muito bem equilibrado e não sofria variações significativas de nível. Em 1962, o nível aumentou muito após fortes chuvas e foi posteriormente mantido, embora com uma ligeira diminuição. A partir de 2004, uma mudança significativa começou com uma diminuição no nível do lago em dois metros a cada dois anos. A causa desse declínio é a falta de chuva, que atua tanto diretamente sobre o lago como também sobre o fluxo dos afluentes.

Pesca

Com o aumento da população, a pesca de subsistência deu lugar à pesca comercial para abastecer os centros urbanos que cresciam rapidamente.
Em 1905, os britânicos introduziram sua rede de pesca, que era muito mais eficaz do que as armadilhas e redes das populações locais. A super-exploração reduziu gradativamente o tamanho dos peixes capturados, e os pescadores passavam a adotar redes cada vez menores. No início dos anos 1950 a espécie mais popular, conhecida como ngege, estava extinta. Como compensação, os britânicos decidiram introduzir novas espécies.

Perca-do-nilo

Durante a década de 1950, um peixe chamado perca-do-nilo (Lates niloticus), um voraz predador, foi introduzido no lago numa tentativa de melhorar os rendimentos de pesca, em uma iniciativa duramente criticada por cientistas, que temiam que a falta de um predador natural iria desencadear na destruição do ecossistema do lago. Apesar das críticas, a espécie foi inserida clandestinamente e nos anos 1970 já era encontrada com freqüência em todo o lago. Com alimento em abundância e sem predadores naturais, a espécie se proliferou, chegando a atingir mais de 250 kg em um indivíduo adulto, o que a forçava a se alimentar constante e indiscriminadamente. Em menos de 40 anos, foram extintas diversas populações nativas, incluindo 400 espécies endêmicas. Em 1992, foi realizada uma conferência em Jinja, reunindo mais de 70 cientistas, que discutiram os desafios da recuperação do ecossistema do lago Vitória e criaram um plano de ação. Atualmente, a perca-do-nilo está sendo retirada, e é sabido que algumas das espécies nativas aumentaram novamente. Há ainda cerca de 200 espécies de peixes no lago Vitória,que abastece uma população de 30 milhões de pessoas que vivem ao seu redor, em uma das regiões mais povoadas da África.
A perda de oxigênio, em razão da poluição, tornou a água turva e, em conseqüência, manifestou-se um aumento de hibridações entre os haplocromídeos do lago.

Evolução

Em 1996, um grupo de pesquisadores relatou que no lago Vitória ocorreu a evolução mais rápida que se tem conhecimento, com a formação de 300 espécies diferentes de peixes em apenas doze mil anos.


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